sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Fagner agita II Festival UFC de Cultura

A Universidade Federal do Ceará foi palco do II Festival UFC de Cultura durante a semana passada, entre os dias 9 e 13 de novembro.

Com o tema “Ecos Nordeste, Cultura e Desenvolvimento”, o evento homenageou o centenário de Patativa do Assaré com exposição no Museu de Arte da UFC (MAUC).


Palestrantes nacionais e locais deram o tom às discussões sobre as dificuldades do Nordeste urbano no contexto atual A produção audiovisual foi destacada com a exibição de curtas e longametragens na Casa Amarela.

As noites do Festival contaram com shows de artistas que animaram o público num palco montado no Campus do Pici. Dentre as atrações, Fagner, Mundo Livre S/A, Ítalo e Reno, Groovytown e Daniel Gonzaga.

O show do cearense Raimundo Fagner comandou a noite da quinta-feira (12). Na mesma ocasião, em palco montado na entrada do campus do Pici, apresentaram-se também o Samba das Rosas e a banda Cascabulho.

Após o show do Samba das Rosas e o discurso inflamado do coordenador de Comunicação e Marketing da UFC, Paulo Mamede, Fagner foi chamado ao palco, às 20h30. Cantou para público estimado em oito mil pessoas, de acordo com a produção do Festival UFC de Cultura.

O show

O cantor cearense abriu a apresentação com a música Romance no Deserto, versão de Romance en Durango, de Bob Dylan. Em seguida, cumprimentou o público lamentando: “Tanto que eu tentei entrar aqui e não consegui”.

Detalhe sem importância para os fãs que acompanharam o show cantando, em coro, sucessos como Mucuripe, Espumas ao vento e Deslizes. Marcadas por inovações, as melodias iam das batidas fortes da percussão aos sons agudos da guitarra, passa ndo pelo uso de um chocalho.

Os ritmos diferenciados que ora lembravam reggae, ora lembravam lambada, não tiraram o romantismo característico do repertório de Fagner. Pelo contrário, as tristes letras de amor ganharam tom mais comercial. Comemorando 35 anos de carreira, o cantor ainda mostrou ao público músicas do novo álbum, Uma canção no Rádio.

Me dá meu coração
, inédita, e Flor de Mamulengo, conhecida pela interpretação da banda Mastruz com Leite, são duas faixas do novo trabalho apresentadas a quem estava no Pici. Fagner encerrou o show com Vaca Estrela e Boi Fubá, justificando: “essa última música não podia deixar de cantar pra vocês”. O poema de Patativa do Assa ré, consagrado na voz de Luiz Gonzaga, foi seguido do sucesso Canteiros e de uma nova versão para Águas de março, de Tom Jobim.

Fagner para todas as idades
Público diversificado foi o que se viu no show de Fagner na noite do ultimo dia 12

Além do público mais velho, que acompanha o trabalho do cantor há mais tempo, era considerável o número de jovens que vibravam a cada sucesso executado pelo ídolo. Influenciado pela mãe, Walter Wizzard (22) ressaltou: “acho as letras muito fortes, ele fala do Ceará, da nossa cultura”.


Com sotaque bem marcado, o cantor cearense também ganhou os jovens pela forma como fala de amor: “gosto das músicas dele porque falam de amor de uma forma nordestina, prosaica”, disse Daniel Mamede (18).


Sobre o show ter ocorrido no Campus do Pici, a estudante Aby Rodrigues (20) elogiou: “Achei a ideia de descentralizar [os shows] do Benfica muito boa. Sem reclamações, não ouvi falar de violência”.


Público

Os estudantes Helano Bezerra e Natália Félix chegaram mais cedo ao Campus do Pici para aproveitar o show. Enquanto a multidão não chegava, os dois aproveitaram para sentar à grama e colocar o papo em dia: "Estamos aqui pela diversão". Apesar de não serem muito fãs do cantor, os estudantes aguardavam algumas de suas canções mais famosas, como "Borbulhas de amor" e "Canteiros".

O show conseguiu reunir uma multidão bastante diversificada. Dentre mais de dois mil estudantes, os funcionários e professores da UFC também marcaram presença na quarta noite do Festival.


O economista e funcionário da Pró-Reitoria, José César Pontes se auto-intitulou fã de Fagner. José César disse que admira o trabalho do cantor desde que ele passou a musicar poemas de Patativa do Assaré. Em sua companhia, estava Mário César Wiegand, mestre em Engenharia Agrícola, que não conhecia a fundo o trabalho do cantor, mas foi ao show disposto a conhecer mais.



O microempresário César Pontes viu no show gratuito uma boa oportunidade para apresentar às suas filhas, Isabele e Joelie, o trabalho do seu cantor favorito. César acompanha a carreira do cantor desde o início e, após longa insistência, transformou sua esposa, Suelí Sousa, numa segunda fã. Sua maior expectativa era que Fagner cantasse "Vaca Estrela e Boi Fubá", canção criada a partir de um poema de Patativa do Assaré.



Em meio a uma multidão de desconhecidos, as personalidades se destavacam. O deputado estadual, João Alfredo, chegou cedo ao Campus do Pici para assistir ao show de Fagner e disse: "tenho uma identificação maior com os primeiros discos".

O deputado tinha boas expectativas para o show e aguardava suas canções favoritas, "Asa partida" e "Conflito". Indo além, João Alfredo disse que o cantor ganhou mais importância na atualidade por ter gravado com Mercedes Sousa, famosa cantora argentina que faleceu recentemente.


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